domingo, 31 de agosto de 2008

Domingo

Ele se sentia esquisito. Não sabia o que queria...Ele não sabia. Não gostava de não saber o que queria. Estava sentado no tapete do quarto, cama desarrumada, o cheiro de sono, tudo fazia com que ficasse ainda mais confuso. É difícil não saber o que quer, é difícil não ser inconseqüente. Pior de tudo é começar a gostar de uma mulher-Clarisse.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

De terça para quarta

Estava cansada, não aguentava mais. Queria ir embora. Foi naquele minuto que percebeu que não poderia ficar muito tempo em um lugar só. Gostava de coisas novas mas as coisas acabam. Queria mudar. Queria ser dona do tempo. Foi fazer um chá que não conseguiu terminar. Adormeceu.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Quinta (um pouco mais tarde)

Ela convidou ele pra sentar. Não lembrava muito bem dele mas por ser simpática falou pra ele sentar. Uma gracinha ele, uma gracinha ela. Incrível é o efeito do olhar de uma mulher em um homem e vice - versa.

domingo, 24 de agosto de 2008

Quinta

Em plena quinta ele saiu. Cansou de ficar em casa sozinho. Não gostava desse negócio de ficar sozinho. Queria companhia nem que fosse pra assistir o jornal e fazer comentários sobre a novela tosca que tinha começado. No entando nenhum dos seus companheiros estavam em casa. Todos estavam com as suas namoradas em outros lugares ou no quarto ao lado. Mais um motivo pelo qual não tinha namorada, elas roubavam todo o tempo e atenção para elas. Saiu, andou, andou e andou. Encontrou com uma menina que conhecerá em uma festa naqueles dias. Achou engraçado ela estar sentada na frente de casa, numa cadeira de praia, tomando chimarrão, sozinha. Achou mais engraçado ainda o fato de ela estar sozinha.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

segunda

Ela estava na janela do quarto pensando no calor dentro do quarto. Lá fora o frescor da noite. Escutava Love don´t Live here anymore da Madonna - bons tempos de Madonna Material Girl - era o máximo como aquela mulher conseguia ser tão piegas e tão in ao mesmo tempo. Adormeceu quando a música parou e acordou só no outro dia, não lembrou do que sonhou.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Sexta

Ele nunca se envolvia com ninguém, era muito mais seguro não se envolver. Como descobrirá isso? Pela observação de outros relacionamentos. Tudo aquilo não valia o custo-benefício. Eita coisa mais complicada essa de ter um relacionamento sério com todas aquelas brigas, mãos dadas e apelidos toscos. Não que não tivesse sentimentos pelas meninas com as quais saía, apenas não queria nada sério. Gostava da liberdade, se sentir livre. Sim, algumas horas eram solitárias mas nada que não se pudesse aturar ou preencher com qualquer vício.
Via muitos dos amigos em relacionamentos que não iam dar em nada, mas eles insistiam. Ficar em um relacionamento falso só por causa da segurança de ter sexo quando bem entendesse não lhe apetecia. Toda aquele drama dos relacionamos lhe cansavam só de pensar. Não esperava nada e não queria nada assim.
Não era mais um jovenzinho e os familiares já o impotunavam com perguntas do gênero 'Cadê a namorada guri?'. Pra não causar uma discussão acalorado sobre como o ser humano não é uma ilha respondia que ainda não tinha achado a moça certa e por dentro pensava que nem queria achar mesmo.
Depois de pensar nisso e não entender porque estava pensando naquilo, vestiu a camisa, pôs o all star surrado e foi pra festa que uns amigos tinham convidado. 'Quanta gente...', foi procurar o banheiro e sem querer entrou num quarto. Achou engraçado o fato de ter um mapa-múndi rabiscado na parede. Fechou a porta e foi procurar o banheiro.

domingo, 17 de agosto de 2008

Domingo

Se ela fumasse, aquela era a hora certa pra um cigarro. Quase noite, aquela brisa fria que acompanha a chegada da lua, quarto desarrumado e iluminado apenas pela luz do abajur. Depois de um fim de semana intenso cheio de café e assistindo a primeira temporada de Sex and the City ela percebeu que estava do jeito que sempre imaginou: sozinha.
Mas o sozinha não significava triste e desesperada, pelo contrário, estava como queria. Era assim que tinha se imaginado dois anos antes. Sozinha, janela aberta e meia luz, exatamente assim. Naquele momento percebeu que não precisava de mais nada, por enquanto estava aonde queria. Sabia que aquela sensação não iria durar muito afinal era quase segunda e os sonhos acabam nas segundas, mas gostou da sensação de se sentir completa.
Olhou para o mapa mundi na parede e se imaginou dez anos depois. Estava embarcando para o primeiro destino que tinha marcado naquele mapa... Abriu os olhos e foi tomar banho.