terça-feira, 18 de agosto de 2009

2008

Uma pessoa me lembrou de como eu comecei isso aqui. Comecei com uma história que tinha tudo pra dar certo mas que eu fiz não dar. Então eu vou mudar o final. A história terminava assim:

" (...)a moça acaba se mudando e vai parar na "Capital". O moço arranja continua cuidando do negócio do pai. A moça acaba solteira mas bem de vida e o moço junta o escore de três casamentos fracassados e um filho gordinho. A moça morre de câncer de pulmão e o moço de infarto. O engraçado é que os dois morrem no mesmo dia."

O novo fim:

A moça acaba se mudando pra capital. O rapaz também. Era aquele o destino que estava rabiscado no mapa dela. Era esse o primeiro destino que ele viu quando entrou sem querer num quarto numa festa qualquer. Não lembrava disso, é claro. Nem ela afinal o mapa já estava no lixo fazia tempo. Um dia, e aqui já não se sabe dizer como, os dois se encontraram no elevador do prédio onde os dois moravam mas não sabiam. A moça deixou cair os livros que tinha nas mãos e ele a ajudou a apanhá-los. Depois desse encontro, não se sabe o porquê, os dois torciam pra que o outro estivesse no elevador. Depois de muito elevador, o primeiro café. E depois do primeiro café foram muitas primeiras coisas entre eles: primeiro beijo, primeiro jantar, primeiro mês, primeiro bom dia, primeiro porre, primeira brigas... Primeiro e único vestido branco. Primeiro e único amor.

A vida escorre entre os dedos, a dor some e sobra apenas a experiência. Não é apenas nos textos que os finais podem ser mudados.
P.

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