terça-feira, 28 de outubro de 2008

Sábado

Os olhos ardiam. Mal coseguia abri-los na realidade, estavam tão inchados. Tinha chorado a noite inteira, a noite inteira até adormecer. No entanto, chorou nos sonhos também. Foi o despertador que a fez acordar, deligou-o rapidamente. E ficou ali, deitada na cama, descabelada, só de calcinha e camiseta velha, meio coberta. A luz do sol que entrava pela fresta do blecaute (nunca conseguia fechar bem aquilo) batia nos pés. As unhas vermelhas brilhavam naquela luz. Ficou ali deitada por mais alguns minutos e levantou. Foi ao banheiro e se olhou no espelho. Maquiagem borrada, olhos inchados e cabelos dependeteados. Era a imagem perfeita da infelicidade. Além de tudo, estava tão cansada, tão cansada que só lavou o rosto, amarrou o cabelo e colocou uma roupa aleatória. Eram 10:17 de um sábado. Cedo demais para beber qualquer coisa que pudesse melhorar a situação. Resolveu pelo café, assim acordaria. Fez um café forte, sentou no sofá. A tv desligada, de repente pingos mirrados de chuva na janela. "Tempo esquisito o dessa cidade" pensou. Ficou sentada no sofá até a fome aparecer. Comeu qualquer coisa pronta que encontrou nos armários e voltou para o sofá. Por que ela tinha feito aquilo mais uma vez? Não sabia responder, nem nunca saberia. Ele a enganou de todas as maneiras. E ela novamente caiu na mesma brincadeira. Guardou o que estava sentindo pra si mesma mais uma vez, e dormiu no sofá. Dormia bastante ultimamente, sabia que era por causa dos sonhos. Somente nos sonhos era feliz.

Nenhum comentário: