segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Segunda

Acordou com o sol na sua cara. Ah como era ruim aquilo, queria dormir mais mas o sol não deixava. Só chovia quando ela não podia dormir, quando podia, o sol nascia mais forte que nunca. Enfim, acordou. Levantou, tomou um banho. Fazia tempo que não lembrava de um sonho como naquele dia. Parecia tão real que ao acordar não sabia se era verdade ou sonho, sentia aquela sensação esquisita. Era bom estar sozinha naqueles minutos, era bom estar sozinha. Pensar em nada, falar sozinho. Não entendia porque diziam que a solidão era uma coisa ruim. Quando se está só, ninguém te julga, ninguém te odeia, a única pessoa que te conhece é você mesmo. "É doce a solidão" pensava. De repente muitas pessoas invadiram o quarto branco, todas falando ao mesmo tempo. Ela começou a gritar, não aguentava tantas vozes. Quem eram todos aqueles?


"Está na hora do remédio" pensou a enfermeira. Ah como tinha dó da jovem que gritava sozinha no quarto 23.

Nenhum comentário: